sábado, 7 de junho de 2014

DEPRESSÃO: pecado, doença ou simulação?



       Esta é uma pergunta comum entre os religiosos. Histórias como a de Saul atormentado por um espírito maligno, ou como a Zeerom que ardia em febre devido a uma forte angustia mental causada por sua iniquidade, podem trazer a crença de que os sintomas de depressão são provenientes do pecado.

       Em contra partida, algumas situações familiares, onde crianças ou adultos simulam uma doença ou mal estar com objetivo de chamar atenção, levam a crença que sintomas de depressão possam ser fingimentos.


        Ambas as situações, são possíveis. Porém, a maioria das depressões está associada à falta de substâncias no cérebro como a serotonina, que é responsável pela sensação de bem estar e recompensa. Uma pessoa que apresente, devido a característica de seu próprio corpo, uma produção menor dessas substancias, quando submetida a ambiente estressante e hostil, na família, igreja ou trabalho, podem desenvolver depressão.

        Nem sempre a depressão se apresenta como tristeza. Os sintomas mais comuns são: queda de rendimento e produtividade nas atividades cotidianas; sensação de recompensa ou felicidade com atividade que antes as traziam e falta de interesse por atividades que anteriormente eram motivadoras. Transtorno do sono; alimentação; irritabilidade excessiva e fúria também são outros sintomas.

         Embora o evangelho e a influência do Espírito Santo sejam valiosos e possam trazer cura, alguns casos necessitarão de acompanhamento médico e psicológico. Pecado pode gerar angustia e tormento capazes de levar a pessoa pré-disposta à depressão, mas também precisamos lembrar de historias como Ana, mãe do Profeta Samuel, que mesmo não estando em pecado, chorava frequentemente e sofria por ser estéril.

         Portanto, a maioria das depressões não está relacionado ao pecado.

 

 

 Luciano Sankari

Médico Cardiologista

CRM 19930-PR

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